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Sabe qual a principal causa de morte em Portugal?

Da diabetes à COVID-19, qual acham, alguns portugueses, ser a principal causa de morte no país? E você, sabe a resposta?

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Estes foram os resultados que conseguimos auferir junto de alguns portugueses sobre a principal causa de morte em Portugal.

 

Os últimos dados que o Instituto Nacional de Estatística (INE) nos dá sobre essas causas, datam de 2018. Este atraso é normal, como explicava ainda este mês a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas. A responsável lembra que o processo «é demorado, requer pessoas muito treinadas» que por vezes «têm de confirmar junto dos médicos a sequência dos acontecimentos que levaram à morte».

 

Assim, o que sabemos é que em 2018 em Portugal, ocorreram 113 573 óbitos. Registando-se um aumento de 3,1%, na mortalidade em relação a 2017 Por sexo, 50,3 % das pessoas falecidas em 2018 eram homens (57 097). E 49,7 % eram mulheres (56 475).

 

As mortes naturais, ou seja, as motivadas por doença, representaram 95,4 % do total (107 835 óbitos). Enquanto a proporção de mortes não naturais (acidentes, suicídios, homicídios, catástrofes naturais, etc.) foi de 4,6%. É sobre a primeira percentagem que este artigo pretende debruçar-se.

 

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Sabe qual a principal causa de morte em Portugal?

Principal causa de morte em Portugal

 

As doenças do aparelho circulatório e os tumores malignos continuaram em 2018 a principal causa de morte em Portugal, em proporções muito semelhantes às verificadas no ano anterior. Em conjunto, e tal como em 2017, estes dois grupos de doenças concentraram cerca de 54% dos óbitos ocorridos no país. É, aliás, assim há 10 anos. De acordo com números de um estudo global sobre causas de morte, publicado na revista científica The Lancet, já mostrava esta tendência que se tem mantido.

 

No grupo das causas motivadas por doenças do aparelho circulatório destacaram-se as doenças cerebrovasculares e a doença isquémica do coração.

Os números da diabetes

 

Segundo os mesmos dados do INE, as doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas causaram 5550 óbitos de residentes em Portugal, em 2018, correspondendo a 4,9% do total, com destaque para a ocorrência de 4292 óbitos por diabetes. Isso significa que há hoje mais pessoas a morrer da diabetes em Portugal. Em 2018 foram registadas mais 4% face ao total de ano anterior.

 

Na altura da divulgação dos números, Sónia do Vale, Diretora do Programa Nacional para a Diabetes, salientava que o combate à doença passa pela «sensibilização da população sobre os erros na alimentação», entre outros fatores. Recorde-se que nesse ano a prevalência estimada da diabetes na população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos (7,7 milhões de indivíduos) foi de 13,6%, isto é, mais de 1 milhão de portugueses neste grupo etário tem esta patologia.

2020: um ano atípico

 

Desde março, Portugal registou vários picos de mortalidade que ultrapassaram a média de mortes esperada. A mortalidade por causas naturais no nosso país é sem dúvida superior, por comparação com 2019. No entanto, a COVID-19 parece explicar apenas parte desse aumento.

 

Os especialistas apelidam-nas de mortes colaterais da pandemia e indicam diversas explicações que, tal como o avançar da própria situação, dependem da evolução dos momentos epidemiológicos.

 

Ainda assim, Vasco Ricoca Peixoto, médico interno de Saúde Pública e um dos autores de dois estudos levados a cabo pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, explica que, «muito provavelmente, o padrão de mortalidade por causas específicas não será muito diferente dos valores médios registados até 2018, mas seria importante verificar eventuais aumentos de mortalidade por causas cardiovasculares e oncológicas».

 

Ou seja, em 2020, cerca de 25% das mortes serão causadas por tumores, 29% por doenças do sistema circulatório e 4% por doenças endócrinas. Dos restantes 42%, sabe-se que, em média, apenas 1,5% das mortes será devia à COVID-19.

 

No momento em que escrevemos, a taxa de mortalidade a nível Mundial do novo SARS-CoV-2 é de 3% quando já morreram, em Portugal, mais de 3300 pessoas com a doença. Assim, esta está longe de ser a principal causa de morte no nosso país.

 

Referências
  • Instituto Nacional de Estatística (INE)

  • Worldometer

  • The Lancet

  • Jornal Médico

  • Expresso

  • Visão

  • CM Jornal

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