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Doenças pancreáticas: da diabetes ao cancro do pâncreas

Para além da diabetes, existem outras doenças que podem atingir o pâncreas. Hoje vamos falar das mais comuns, desde a diabetes até ao cancro pancreático.

O pâncreas é um órgão com um papel muito importante no organismo. Pode ser dividido em duas zonas: o pâncreas exócrino e o pâncreas endócrino. O pâncreas exócrino participa em funções do sistema digestivo, ao produzir enzimas que participam na digestão dos alimentos. O pâncreas endócrino, composto por um tipo específico de células chamadas ilhotas de Langerhans, regula o metabolismo do açúcar, através da produção de hormonas como a insulina e o glucagon. Além da diabetes, existem várias doenças pancreáticas, entre elas, o cancro do pâncreas. Hoje vamos falar das doenças pancreáticas mais comuns.

As doenças pancreáticas

Diabetes

 

A diabetes, já nossa conhecida, é uma doença que afeta o pâncreas endócrino. A diabetes pode ser do tipo 1 ou do tipo 2 – enquanto que o tipo 1 é uma doença autoimune típica da infância, a diabetes tipo 2 está mais associada ao sedentarismo, obesidade e aparecimento na idade adulta. Na diabetes tipo 1, o pâncreas encontra-se insuficiente, pelo que a produção de insulina não é assegurada. Como tal, a glicose acumula-se no sangue e causa um estado de hiperglicemia (excesso de açúcar), característico da diabetes e que pode levar a inúmeras complicações.

 

O tratamento farmacológico chave da diabetes tipo 1 é a insulina. Já na diabetes tipo 2, o pâncreas ainda produz insulina, mas em menor quantidade. Para além disso, existe muitas vezes associada um grau de insulinorresistência, ou seja, o próprio organismo já não responde tão bem à insulina em circulação. O tratamento farmacológico da diabetes tipo 2 também pode passar por insulina, mas normalmente em fases mais avançadas. Até lá, a escolha terapêutica preferencial é com antidiabéticos orais. Tanto na diabetes tipo 1 como na tipo 2, uma dieta equilibrada, pobre em hidratos de carbono, e exercício físico regular são importantíssimos para o controlo da doença.

 

Cancro do pâncreas

 

O cancro do pâncreas mais comum é o adenocarcinoma pancreático, que afeta o pâncreas exócrino e representa cerca de 90% de todos os casos de cancros do pâncreas. Atinge mais frequentemente os homens com mais de 55 anos de idade. Os principais fatores de risco incluem o consumo de tabaco, história familiar de cancro do pâncreas, obesidade, diabetes de longa duração e pancreatite crónica. Estes 2 últimos, para além de fatores de risco, podem também ser consequências de um cancro pancreático. Tal acontece porque o cancro leva a uma disfunção do pâncreas que pode, por sua vez, causar diabetes ou inflamação (pancreatite).

 

Os sintomas do cancro do pâncreas podem incluir perda de peso inexplicada, icterícia (uma coloração amarelada nos olhos e, por vezes, no corpo), dor na região do estômago ou abdominal e falta de forças. Alterações pancreáticas associadas a estes sintomas, por exemplo, uma pancreatite ou um diagnóstico de diabetes sem outra causa aparente, devem fazer suspeitar de um quadro mais grave.

 

O diagnóstico de cancro é sempre uma notícia difícil de receber. Se, porventura, essa for uma situação com o qual tem de lidar, não se esqueça: existirá com certeza uma equipa médica multidisciplinar pronta a ajudá-lo em tudo o que for preciso. O tratamento passa por quimioterapia, radioterapia e cirurgia, que deverá ser discutido caso a caso.

 

Pancreatite Aguda

 

A pancreatite aguda é uma inflamação do pâncreas que, tal como o nome indica, se instala rapidamente. Manifesta-se normalmente por dor de estômago que pode irradiar para as costas, em cinturão, muitas vezes acompanhada de náuseas e vómitos. Os principais fatores de risco incluem o consumo abusivo de álcool e a existência de pedras na vesícula. Tal é explicado pelo facto da vesícula e o pâncreas possuírem um «canal» comum. Isto é, ambos os órgãos, durante a digestão, enviam o seus sucos, com enzimas digestivas, para o intestino delgado. O ducto através do qual isto acontece é comum pelo que, se uma pedra da vesícula entope esse canal, o pâncreas acaba por ficar igualmente obstruído, causando inflamação. O tratamento deve ser efetuado a nível hospitalar, pois podem ser necessários cuidados adicionais.

 

Pancreatite Crónica

 

A pancreatite crónica é também uma inflamação do pâncreas, mas, ao contrário da aguda, vai-se instalando gradualmente ao longo do tempo. Manifesta-se normalmente com dor abdominal arrastada e, logicamente, com sinais de como o pâncreas pode estar a falhar: fezes muito gordurosas (pois as enzimas do pâncreas participam na digestão das gorduras), má nutrição, icterícia e diabetes.

 

Os principais fatores de risco incluem o tabagismo, o abuso de álcool, pancreatites agudas repetidas ou pode mesmo ter uma causa autoimune. Apesar de tudo, é uma condição pouco frequente.

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Referências
  • Dynamed

  • MSD Manuals

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