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Como funciona o sistema imunitário?

O sistema imunitário parece não ter nada que ver com a diabetes, mas podemos dizer-lhe que a sua compreensão é meio caminho andado para perceber porque têm as infeções uma relação tão estreita com a doença.

As infeções, e a capacidade que o corpo tem de as combater, tem uma ligação muito estreita com a diabetes. Mas, afinal, como funciona o sistema imunitário? Bem, essa é uma pergunta demasiado complexa para responder de forma simples. Há milhares e milhares de células, substâncias, processos e outros pormenores envolvidos no seu funcionamento que não seríamos capazes de mencionar aqui. Ainda assim, é possível, e muito importante, para qualquer pessoa ter algumas noções básicas de como funciona um dos mais fascinantes e importantes sistemas do nosso organismo.

 

O corpo humano é um «hospedeiro» de microorganismos e substâncias. E, por isso mesmo, tem um mecanismo que lhe permite diferenciar o faz parte do organismo e os «corpos estranhos» e os microorganismos potencialmente perigosos que entram no organismo. Este mecanismo não é mais do que o próprio sistema imunitário. Ou seja, o sistema imunitário consiste num conjunto de defesas imunológicas que destroem ou neutralizam (tornando incólume) esse material estranho, tanto vivo como inanimado. Para manter o equilíbrio do organismo, o sistema imunitário tem pelo menos 3 funções:

 

  • Proteger o corpo contra infeções de microrganismos – vírus, bactérias, fungos e parasitas;
  • Isolar ou remover substâncias estranhas que não sejam microbianas;
  • Destruir células cancerígenas que aparecem no corpo.

De que é feito o sistema imunitário?

Células (e não só) que combatem essas infeções

 

Em primeiro lugar, não poemos dizer que o sistema imunitário seja um sistema igual aos outros do nosso corpo como, por exemplo, o urinário ou o digestivo. Isto é, ao contrário dos restantes sistemas, não tem um conjunto de órgãos anatomicamente conectados. O sistema imunitário funciona graças ao envolvimento de variadíssimas células, mensageiros e processos fisiológicos do organismo, que se encontram no sangue e em vários órgãos do nosso organismo. Nesse sentido, sim, temos um sistema!

 

As células mais numerosas do sistema imunitário são os vários tipos de glóbulos brancos, um tipo de células do sangue, também conhecidos por leucócitos. São a primeira linha de defesa do organismo. E, como se calhar já reparou ao fazer análises, existem vários tipos de leucócitos, cada um com um função específicas, local de atuação e comportamento: os mastócitos, neutrófilos, basófilos, eosinófilos, monócitos e, possivelmente os mais importantes de todos (a que dedicaremos algum tempo mais à frente) os linfócitos.

 

Ademais, existem outras células muito importantes e que vale a pena referir os:

  • plasmócitos, que derivam de um tipo de linfócitos e que são responsáveis por produzir anticorpos;
  • macrófagos, que derivam dos mastócitos. Encontram-se praticamente em todos os órgãos do corpo e têm a função de incorporar (engolir, por assim dizer) matéria que deve ser destruída;
  • mastócitos, células que produzem histamina e que, por isso, podem ser responsáveis pelas alergias que sentimos.

 

Naturalmente não precisa de conhecer todos os tipos de células e processos que compõem o sistema imunitário. O nosso objetivo é mostrar-lhe que existem várias células e processos a combater nas várias frentes de defesa do organismo, de forma organizada.

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Como funciona o sistema imunitário?

Tipos de defesas imunológicas

 

Além do que temos vindo a explicar, as defesas imunológicas podem ainda ser classificadas em 2 tipos:

 

  • Defesas imunes inespecíficas ou inatas, que protegem contra substâncias ou células estranhas, sem ter de reconhecer a sua identidade. Por isso, os mecanismos usados para fazer esse trabalho não são específicos para essa substância e podem ser usados em várias delas. Aqui encontram-se a maior parte dos leucócitos, como os neutrófilos, ou as barreiras físicas do corpo, como os pelos do nariz.

 

  • Defesas imunes específicas ou adquiridas, que dependem do reconhecimento do corpo estranho, seguido de um ataque que é específico para aquela célula ou substância. Há 2 tipos de imunidade adquirida: aquela que usa anticorpos para atacar o invasor – imunidade específica humoral – e aquela em que são as células do próprio sistema imunitário a atacar o invasor – imunidade específica celular. Tanto num tipo como no outro, encontramos os linfócitos em atuação, e diferenças mais concretas entre ambas serão discutidas mais à frente.

 

As defesas imunes específicas e inespecíficas trabalham em conjunto e em sincronia. Por exemplo, componentes da imunidade inespecífica fornecem instruções que possibilitam às respostas específicas selecionar alvos apropriados para atacar e estratégias para a sua eliminação.

 

E agora sim, falemos dos linfócitos

 

Como são os principais agentes da imunidade específica, é função dos linfócitos reconhecer a matéria estranha que está a ser atacada – tendo comportamentos diferentes para cada tipo de matéria. Daí a sua importância.

 

Toda a matéria, molécula ou célula, independentemente da sua localização ou função, que possa induzir uma resposta específica da parte do organismo, chama-se antigénio. Uma resposta imunitária mediada por linfócitos, vai então consistir sempre em 3 passos essenciais:

 

  • Encontrar e reconhecer esse mesmo antigénio;
  • Ativar os linfócitos;
  • Lançar um ataque através desses mesmos linfócitos e das suas secreções.

 

Há 2 tipos principais de linfócitos:

 

  • Os linfócitos B, capazes de se transformarem nos plasmócitos de que falámos há pouco. E, por isso, responsáveis pela produção de anticorpos. Como vimos, os anticorpos desencadeiam um tipo de resposta imunitária humoral, isto é, funcionam como mensageiros. Ao encontrarem os antigénios que estiveram na origem da sua produção, a eles se ligam, guiando dessa forma o ataque que leva o organismo a eliminá-los. Esta reposta com anticorpos é a principal defesa do contra bactérias, vírus, outros microrganismos e toxinas.

 

  • Os linfócitos T, divididos em células de ataque, que segregam substâncias que matam células do nosso organismo que foram infetadas por microrganismos, ou células cancerígenas que não se deviam ter formado – são os linfócitos T citotóxicos. E em células que auxiliam ao funcionamento tanto dos linfócitos T citotóxicos como dos próprios linfócitos B, que sem elas não conseguiriam exercer a sua função – chamam-se a estas linfócitos T helper.

 

A complexidade do tema não nos permite irmos mais longe. Naturalmente quando algo compromete o nosso sistema imunitário, o nosso sistema de defesa fica mais frágil. Ou seja, ficamos mais suscetíveis a doenças e infeções. 

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Referências
  • Vander, Sherman & Luciano (2006)

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