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Corpos cetónicos: eis o que saber

A presença de corpos cetónicos é uma das complicações mais comuns da diabetes. Neste artigo explicamos-lhe o que são os corpos cetónicos, porque é que aparecem e as complicações a que podem levar.

Os corpos cetónicos são moléculas que resultam da utilização da gordura, em vez da glicose (açúcar), como fonte de energia principal. A sua presença no sangue ou na urina indica que possa haver alguma descompensação metabólica. Isto porque os corpos cetónicos podem ser uma consequência de não haver insulina suficiente em circulação para levar o açúcar às células. São, portanto, mais prováveis de acontecer numa diabetes tipo 1 mal controlada.

A origem dos corpos cetónicos

Os corpos cetónicos formam-se quando o corpo queima a gordura acumulada para a usar como energia. Têm 2 origens principais:

 

  • Jejum prolongado. Ao estarmos em jejum, a não ingestão de hidratos de carbono leva a uma falta de glicose em circulação no sangue. Sem glicose para dar energia às células, o corpo tem de recorrer à gordura armazenada.

 

  • Défice de insulina. Se não houver insulina suficiente para levar a glicose às células, o corpo não a utiliza. Tem por isso de recorrer à gordura, formando corpos cetónicos.

Corpos cetónicos e a cetoacidose diabética

Na ausência de glicose, o fígado transforma os ácidos gordos em corpos cetónicos e liberta-os no sangue para servirem de energia. Nas pessoas com diabetes tipo 1, dependentes da insulina, pode existir um excesso destes corpos no sangue quando não se toma insulina suficiente. Este excesso – cetonemia positiva – pode levar a uma condição grave, a cetoacidose diabética.

 

Os corpos cetónicos são ácidos, por isso, o seu excesso causa uma desregulação no equilíbrio do sangue. Além disso, quando o aumento de corpos cetónicos se deve à falta de insulina, dá-se também o facto de a glicose em circulação não ser utilizada. Deste modo, mais do que um desequilíbrio do pH, esta situação leva ainda a uma hiperglicemia.

 

Sintomas da cetoacidose diabética

 

As pessoas com diabetes tipo 1 que fazem insulinoterapia devem estar atentas aos sintomas da cetoacidose diabética. Caso os sintam deverão medir os corpos cetónicos no sangue ou urina e tentar tomar insulina em conformidade. Em caso de náuseas ou vómitos persistentes, pode mesmo justificar-se uma ida ao serviço de urgências. Principalmente se o nível no sangue for superior a 3mmol/L. Os principais sintomas são:

 

  • sede excessiva
  • vontade frequente de urinar
  • hálito com um odor característico frutado devido à presença de corpos cetónicos
  • cansaço
  • náuseas e vómitos
  • dores de estômago
  • dificuldade em respirar
  • perda de peso sem explicação
  • confusão e desorientação, que pode mesmo levar ao coma se a cetoacidose não receber tratamento

O que fazer para evitar este problema?

Se forem acompanhados de hipoglicemia, deve-se proceder à ingestão de alimentos e evitar jejuns prolongados. Por outro lado, se houver hiperglicemia, significa que a insulina não está a funcionar. Deve-se tomar insulina de ação rápida de acordo com as orientações dos profissionais de saúde, comer de forma fracionada e beber 2 a 3 litros de água nas 24h seguintes.

 

Também se deve evitar o exercício físico caso haja um excesso de corpos cetónicos. A atividade física queima gorduras e pode contribuir para esta elevação dos níveis.

 

Os corpos cetónicos podem aparecer na sequência de dietas que envolvam jejuns prolongados ou onde se elimine a ingestão de hidratos de carbono. No entanto, nas pessoas com diabetes tipo 1 é crucial estar-se atento ao seu aparecimento. Isto porque podem ser indicativos de um grave descontrolo da doença.

 

É importante prevenir a descompensação da diabetes através de uma boa alimentação, prática regular de atividade física, controlo da glicemia e toma adequada de insulina. Além disso, sintomas ou medições que indiquem uma cetoacidose não devem ser ignorados. É essencial ir de imediato ao médico devido ao risco desta condição, que pode induzir o coma e até levar à morte.

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