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Aprender a fazer contraceção com diabetes

Quando se tem diabetes, podem surgir dúvidas sobre o método contracetivo mais adequado. Será que pode usar qualquer um? Uma coisa é certa: uma gravidez não planeada acarreta riscos adicionais para a mãe e para o bébé, pelo que deve ser evitada. Neste artigo vamos ajudar a tomar uma decisão informada, segura e saudável.

Viver com diabetes não é sinónimo de não poder ter uma sexualidade livre e saudável. No entanto, deve ter-se consciência sobre a contraceção. Afinal, uma gravidez não planeada pode trazer riscos e complicações. Mas será que todos os métodos são seguros quando se tem diabetes? Existem métodos mais adequados que outros?

Aprender a fazer a contraceção

O porquê: riscos de uma gravidez não planeada

 

Antes de mais, é importante perceber os riscos que uma gravidez não planeada pode acarretar tanto para si como para o futuro bébé. No que toca à mulher diabética, a gravidez pode acelerar o desenvolvimento de complicações crónicas desta doença, como a retinopatia e a nefropatia, podendo causar danos irreversíveis na sua visão e nos seus rins. Existe também o risco acentuado de hipertensão e pré-eclâmpsia, podendo, em casos mais graves, constituir um sério risco para a sua saúde.

 

Em relação ao bébé, as primeiras 8 semanas são fulcrais, pois é neste período que se forma a maioria dos órgãos do embrião. Na diabetes é comum a glicemia estar elevada ou mal controlada. Se correr o risco de engravidar, sem qualquer preparação ou seguimento médico, pode não se dar conta imediatamente. E estes valores mal regulados aumentam muito (cerca de 10 a 15 vezes, em relação à população geral) o risco de malformações do feto e de aborto espontâneo. Este risco pode estar acrescido também pelo facto de poder estar a utilizar algum medicamento para a diabetes, que não seja seguro para o embrião.

 

Uma gravidez planeada pressupõe uma consulta pré-concecional. Nesta, o médico vai adaptar a medicação, ajudar a modificar hábitos e equilibrar os seus valores de glicemia de uma forma muito rigorosa antes do início da gestação.

 

O que devo fazer então para não engravidar involuntariamente?

 

Existe uma grande variedade de contracetivos disponíveis. Os principais objetivos da sua utilização serão a prevenção de uma gravidez indesejada e prevenção das infecções sexualmente transmissíveis (IST). No entanto, uns são mais eficazes do que outros, dependendo do seu mecanismo de ação e da facilidade de utilização. Os mais comuns são:

 

Os métodos barreira:

  • Preservativo externo (ou masculino);
  • Preservativo interno (ou feminino);
  • Diafragma;
  • Espermicida.

 

Os contracetivos hormonais:

  • Pilula contracetiva;
  • Dispositivo intra-uterino (DIU) e Sistema intra-uterino (SIU);
  • Contraceção hormonal injetável;
  • Implante subcutâneo;
  • Adesivo hormonal;
  • Anel vaginal;
  • Contraceção de emergência.

 

Os métodos cirúrgicos definitivos:

  • Laqueação de trompas;
  • Vasectomia

 

Os métodos naturais (pouco eficazes):

  • Abstinência periódica
  • Autocontrolo da fertilidade;
  • Coito interrompido.

 

Como pode ver, a lista é extensa, pelo que cada pessoa deve avaliar cuidadosamente as vantagens e desvantagens de cada método contracetivo. No entanto, é sempre aconselhável fazer uma consulta de planeamento familiar, para que o médico ou enfermeiro possam ajudar a tomar a decisão e avaliar a sua situação saúde.

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Aprender a fazer contraceção com diabetes

Sendo diabética, posso utilizar qualquer método contracetivo?

 

Pode ainda existir a ideia que as pílulas contracetivas são proibidas na diabetes, dado que antigamente a dose hormonal era mais elevada, o que dificultava a acção da insulina no organismo. Por isso, as mulheres diabéticas acabavam por usar somente os métodos barreira. No entanto, estudos mais recentes indicam que os contracetivos hormonais combinados (que contêm estrogénios e progestagénios) não perturbam o controlo da glicemia nem potencializam o risco de desenvolver complicações microvasculares da diabetes (retinopatia, nefropatia), em mulheres diabéticas sem complicações micro ou macrovasculares nem fatores de risco cardiovascular. Desta forma, a seleção do método contracetivo deve seguir as mesmas directrizes que se aplicam às mulheres sem diabetes.

 

No entanto, se tiver alguma alteração vascular ou um ou mais fatores de risco, saiba que os métodos contracetivos hormonais combinados podem ter efeitos negativos. Eis os fatores de risco a ter em conta:

 

 

Neste caso, as alternativas são os contracetivos que contêm apenas progestagénios na sua composição, como por exemplo, o dispositivo intra-uterino (DIU), o implante subcutâneo, ou contracetivo injetável.

 

Mas cada caso é um caso. É por estas razões e pela especificidade de cada pessoa que o aconselhamento médico é essencial na escolha do método contracetivo mais adequado para si. E, tendo diabetes, torna-se fundamental. Acima de tudo, tenha consciência da importância da escolha de um método eficaz, de forma a evitar os riscos de uma gravidez não planeada. Procure aconselhamento especializado e garanta a sua saúde, conforto e segurança.

 

Por fim, junte-se à comunidade Diabetes 365º!

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