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O tratamento da retinopatia diabética

A retinopatia diabética é uma complicação frequente da diabetes. Fique a saber como é feito o seu tratamento!

O tratamento da retinopatia diabética é difícil e complexo. São muitos os fatores que intervêm para que seja bem-sucedido. O atraso no tratamento é a causa mais evidente para que a estratégia de tratamento não seja tão eficaz quanto o desejado. O controlo de fatores como, por exemplo, os níveis de glicemia, pressão arterial, perda de peso, perfil lipídico, função renal, etc., é crucial para que o tratamento seja eficaz. No entanto, em casos mais graves outro tipo de estratégias poderão ser necessárias.

Definir o tratamento a retinopatia diabética

A retinopatia diabética é classificada em vários graus de gravidade ( de1—5). Assim, consoante o avanço da complicação, maior será a complexidade da intervenção necessária. Nos estádios mais precoces, como por exemplo, nos doentes sem retinopatia diabética aparente, com retinopatia diabética não proliferativa mínima (grau 1), ou em que não seja possível quantificar qualquer sinal de retinpatia diabética (grau 2) é necessária a vigilância frequente. Nestes casos, uma gestão correta da diabetes poderá ajudar a prevenir o avanço de complicações a nível ocular.

 

Por outro lado, nos estádios mais avançados, como na retinopatia diabética proliferativa (grau 3), na avançada, com ou sem edema macular diabético (grau 4) ou na retinopatia diabética proliferativa avançada com hemovítreo (presença de sangue no interior do olho, no humor vítreo), descolamento de retina tracional ou edema macular diabético crónico com uma resposta ineficaz  (grau 5) são necessárias intervenções mais complexas e invasivas. Para estes doentes, existem 3 tipos principais de opções de tratamento da retinopatia diabética: terapia com laser, injeção intraocular de medicamentos ou cirurgia.

 

Terapia de fotocoagulação com laser

 

A terapia de fotocoagulação com laser atua sobre os novos vasos sanguíneos desenvolvidos na parte anterior do olho, como resultado do avanço da RD. Estes, por serem mais fracos, causam facilmente hemorragias. Este tratamento está aconselhado em doentes com retinopatia diabética proliferativa de alto-risco e, em alguns casos, retinopatia diabética não proliferativa grave. Os sistemas laser mais recentes são mais precisos, permitindo uma redução da formação de lesões na retina e provocam menos inflamação. Entre as possíveis complicações contam-se, por exemplo, uma redução da visão periférica noturna, ver um padrão provocado pelo laser por alguns meses ou um pequeno ponto no centro do campo de visão.

 

Injeção intraocular de medicamentos

 

Entre os medicamentos indicados para o tratamento da retinopatia diabética e do edema macular diabético, os medicamentos mais importantes são os agentes anti-fator de crescimento endotelial vascular (vascular endothelial growth factor, VEGF), seguido de corticosteroides.

 

Os fármacos anti-VEGF são administrados por injeção intravítrea (administração na cavidade vítrea) e bloqueiam a ação do VEGF. O VEGF é um mediador bioquímico do organismo que estimula o crescimento anormal de vasos sanguíneos. Estão, por isso, indicados no tratamento da retinopatia diabética proliferativa e edema macular diabético que ameaça o centro da mácula. Geralmente, o tratamento é iniciada 1 vez por mês, podendo ser cessado passar a ser menos frequente quando a condição estabiliza.

 

Algumas pessoas com edema macular diabético, todavia, têm melhores resultados com injeções intravítreas de corticosteroides. Existem atualmente disponíveis implantes que libertam de forma prolongada corticosteroides e que podem ter benefícios potenciais duráveis em olhos sujeitos a cirurgia vítreo-retiniana.

 

Cirurgia

 

Em casos mais graves, em que existe uma quantidade importante de sangue acumulado no olho ou tecido cicatricial extenso, que poderá causar ou já causou deslocamento da retina, será possivelmente necessário recorrer a cirurgia vítreo-retiniana. Nesta é removido parte do humor vítreo do olho (substância transparente, tipo «gelatina» que preenche o espaço atrás das lentes do olho), qualquer tecido cicatricial e usar laser para prevenir a deterioração da retina.

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Referências
  • Solomon SD, et al., 2017.

  • Mansour SE, et al., 2020.

  • Henriques J, et al., 2015.

  • National Health Institute (NHS)

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